Canarinho Cantador

Canarinho Cantador

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Minha lembrança da minha mãezinha querida, Dona Maria Corrente, é o dia amanhecendo e ela ali com a gente. Primeiro rezava, depois ia para a cozinha fazer um “quebra jejum”. Mamãe nasceu no Acre e depois foi com a família para o Amazonas. Lá conheceu o papai, o Padrinho Manoel Corrente, e juntos iniciaram a nossa família. Na sequência nos mudamos para uma colônia em Rio Branco.

Quando chegava o mês de junho, a gente sempre escutava uma festa, cheia de fogos. Era uma animação até altas horas. Ficamos sabendo que era o arraial no Mestre Irineu. Meu irmão Chico Corrente acabou chegando lá no Alto Santo. E com o tempo, foi indo um a um da nossa família. Mamãe foi a última. Ela sofria de um mal psíquico e tinha medo de tomar Daime. Até que um dia a convencemos de ir “só para olhar”. Só que o Padrinho Wilson não deixava ninguém escapar. E daí por diante ela nunca mais deixou o Daime.

Dona Maria Corrente é a matriarca da família Corrente. Foi uma pessoa caridosa que cuidava de muita gente, dos filhos, netos e dos agregados, especialmente os precisados e doentes. E quanto mais ela envelhecia, mais aumentava esse amor e vontade de acolher os que estavam em sofrimento.

Ela também tinha a missão do parto. Era muito corajosa! Colocava a bolsinha embaixo do braço e ia. Eu tinha criança pequena e não podia acompanhar sempre, mas ainda assim fui aprendendo a ser parteira como ela.

Mamãe recebeu um hinário, “Canarinho Cantador”. Na época, a gente estava no Rio do Ouro e não sabíamos ler. Recentemente, minha irmã Raimunda fez uma gravação dos hinos.

Quando chegamos ao Mapiá, mamãe pegou malária e saiu para se cuidar na cidade. Curou-se, mas “o tempo já havia chegado”. Um dia decidiu visitar todas as casas da Colônia Cinco Mil, como se estivesse se despedindo e, no outro dia, não acordou mais.

Lembro-me dela com muita saudade e carinho. Tenho gratidão por tudo que ela me ensinou: a ter amor e misericórdia. E peço sempre que ela continue a abençoar a nossa família e a todos que seguem essa Doutrina.

Texto: Dalvina Corrente


Fonte: ICEFLU

Gravação feita pela Nectar Sound com Raimunda Corrente, Marcos Vicente Trench e Maria Flor nas vozes e Juliana Rodrigues na flauta com Francisco Holanda no violão.

No vídeo, seu neto Manoel Isaque Corrente canta “São Zacarias” um dos hinos que compõem este hinário. Filmado no Céu da Nova Estrela, em Paranapiacaba/SP.

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