O Amor Divino

O Amor Divino

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Antônio Gomes da Silva nasceu no Ceará, em 30 de abril de 1885. Casou-se com Dona Maria Nazaré, ainda no Ceará, onde teve cinco filhos. Após viver em Belém do Pará se transferiu para Rio Branco – Acre, em 1921, onde trabalhou na seringa e mais tarde na agricultura.

Ficando viúvo, casou-se de novo, com Dona Maria, tendo deste casamento mais quatro filhos.

Conheceu o Mestre Raimundo Irineu Serra em 1938, recebendo dele um grande benefício para sua saúde abalada. Antônio Gomes se uniu a doutrina juntamente com toda a sua família.

Como narra o depoimento de Jairo Carioca:



O Brasil ainda vivia o regime ditador de Getúlio Vargas. No Acre, embarcações ainda traziam famílias inteiras de nordestinos que fugiam da seca em busca de uma melhor vida na região. “Numa dessas embarcações, relatou dona Zulmira Gomes, papai nos trouxe para cá. Sofremos muito na viagem de navio até aqui, mas chegamos com fé em Deus. Aqui, com uns tempos, papai estava muito doente, sentia uma perturbação no juízo muito forte e eu já estava cansada de tanto correr para aqui e para acolá atrás de uma cura para ele. Compadre Zé das Neves me perguntou se eu não conhecia a sessão de um negro alto que curava na Vila Ivonete. Disse que não. Ele insistiu até que me convenceu a ir até lá. Me apresentei ao Mestre, ele olhou o estado de papai e marcou para a próxima quarta-feira o início do trabalho de cura para ele. Mais ele já saiu de lá melhor (sorriu) e com três sessões de cura ele ficou bonzinho. Aí ele foi e disse que nunca mais abandonaria aquele trabalho”, relatou dona Zulmira Gomes.

Da nova família, além de Antônio Gomes da Silva, o patriarca, os seus filhos Leôncio Gomes, Raimundo Gomes, Adália Gomes, José Gomes e dona Zulmira Gomes também passaram a frequentar a sessão. Dona Zulmira, casada com o senhor Sebastião Gonçalves, levou à missão seus filhos Raimundo Gonçalves, João Gomes, Benedita Gomes, Eloísa Gomes e Peregrina Gomes que viria a ser a última esposa do Mestre. Essa família fortificava a edificação da doutrina, como o próprio Antônio Gomes, que passou a receber um rico e instrutivo hinário, onde relata: “O Mestre trabalhava, se achava quase sozinho, pediu a Jesus Cristo que abrisse o seu caminho”.

Em agosto de 1946 ele começou a se despedir da irmandade. Em uma das visitas que o Mestre Irineu fez a ele, antes de seu falecimento, Antônio Gomes pediu que antes de fechar os olhos, o Mestre ficasse responsável pela sua família. Exatamente o que descrevia seu hino: “Eu aqui em vossas mãos eu cheguei já quase morto, eu aqui a vós me entrego junto com minha família”. Aos 14 de agosto do mesmo ano ele faleceu.

“O hino ‘Só Eu cantei na barra’ é sobre a passagem de Antônio Gomes. Ele estava muito doente: o hino fala ‘A morte é muito simples, é igualmente ao nascer’, quando eu ouvi eu percebi que não tinha jeito. A receita, como diz o Mestre, é a terra”, relata dona Percilia Matos.


Sua curta trajetória pela Doutrina ficou marcada pelo recebimento de seu hinário. Batizado atualmente como Amor Divino, o verbo de seus hinos testificam a missão pregada pelo Mestre Raimundo Irineu Serra como uma verdadeira escola universal. Um de seus hinos mais conhecidos, Preleção, fala da união, do perdão e da humildade como as fontes principais para o aperfeiçoamento do homem e sua plena felicidade.

Seu filho, Leôncio Gomes, foi quem substituiu o Mestre Irineu na direção dos trabalhos, depois da sua passagem, em 1971.

Fonte: santodaime.org

Para saber mais sobre Mestre Irineu, seus companheiros e o início da Doutrina até os dias de hoje, recomendamos estes 2 clássicos da Literatura Daimista, ambos dos pesquisadores Paulo Moreira e Edward MacRae. Clique na imagem ou aponte sua câmera para o QR Code. Boa leitura!

No vídeo, os músicos Gabriel e Fernando em um belo instrumental do General do Conforto.

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