O Cruzeiro

O Cruzeiro

O_Cruzeiro_Mestre_Raimundo_Irineu_Serra-1

Quando o mestre se mudou para o Alto da Santa Cruz (localizar e datar), teve início uma nova fase da expansão da Doutrina, com a chegada de novas famílias. A sua fama de curador, rezador e de orientador espiritual foi tomando vulto a ponto dele ser procurado e reconhecido por pessoas influentes da sociedade local, incluindo autoridades do governo e políticos.

Os trabalhos foram sendo aperfeiçoados sempre segundo as orientações que o mestre recebia em suas visões e mirações da rainha. A primeira farda era confeccionada com brim caqui , com dolman e um chapeuzinho tipo turco.

Neste processo de consolidação do seu hinário e do próprio ritual, teve muita importância a figura de D. Percilia, uma espécie de filha adotiva do mestre e que era professora. Era a ela que ele recorria para por em linha de instrução os próprios hinos que recebia.

Inicialmente os trabalhos eram basicamente os de concentração e das cantorias nos dias santos. Depois foram instruídos os trabalhos de cura e a reza do exorcismo.

Já na década de 50, depois da separação do mestre da sua terceira mulher, Dona Raimunda (ao que consta devido aos constantes atritos que ele tinha com a sua sogra), ele se casou com a jovem Peregrina Gomes Serra.

Pouco depois, empreendeu uma viagem ao Maranhão, como já vimos, para rever os parentes. De lá trouxe seus dois sobrinhos Daniel e João (?) Serra… Ele mesmo contou que durante a viagem, no convés do navio, tomando Daime teve muitas mirações. Teria sido nesta época que recebera o hino Fortaleza e a nova farda que ainda hoje se constitui na farda oficial dos seus trabalhos.

Foi durante esta época que também se consolidaram as outras ramificações principais da ayahuasca, como a UDV do mestre José Gabriel da Costa em Porto velho e a Barquinha do mestre Daniel pereira de matos também em Rio Branco. Mas data igualmente desta mesma época o início dos preconceitos e as perseguições contra o Daime. Mesmo com a sua reputação e costas quentes, o mestre foi alvo de intolerância, falatórios e infâmias.

A nova sede foi inaugurada em meados da década de sessenta (precisar). Do final dos anos 60 para o início do 70, o mestre recebeu os hinos novos ou Cruzeirinho. Seu nome era uma referência obrigatória dentro do Estado do Acre e sua Doutrina tinha granjeado, no que pese as eventuais campanhas difamatórias , um reconhecimento por parte de parcelas crescentes da população.

Em 6 de julho de 1971, às 9h da manhã ele faleceu na sua rede. Seis meses antes tinha estado bastante enfermo. Como disse no seu penúltimo hino, os pedidos foram tantos, que ele voltou e obteve uma prorrogação. Nestes seis meses que teve antes de agravar novamente sua enfermidade, marcou o local onde gostaria de ser enterrado. E anunciou de certa forma seu passamento no seu último hino, Pisei na terra fria. O enterro foi um acontecimento na cidade. Ainda em vida, o mestre passou a direção dos trabalhos para o senhor Leôncio Gomes.

Fonte: santodaime.org

Para saber mais sobre Mestre Irineu, seus companheiros e o início da Doutrina até os dias de hoje, recomendamos estes 2 clássicos da Literatura Daimista, ambos dos pesquisadores Paulo Moreira e Edward MacRae. Clique na imagem ou aponte sua câmera para o QR Code. Boa leitura!

Este canal é independente e não intenciona infringir nenhum direito autoral de quaisquer materiais aqui publicados. Nossa missão é auxiliar nos estudos e na boa expansão da Doutrina.

Deixe seu comentário e compartilhe o canal com a irmandade!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *